Os
pacientes do SUS terão uma nova opção de tratamento para o câncer de
pele na rede pública de saúde de São Carlos. É a terapia fotodinâmica,
projeto de pesquisa criada e desenvolvida por pesquisadores da USP de
São Carlos, e indicada para o tratamento dos carcinomas, o câncer de
pele mais comum. A taxa de cura segundo os pesquisadores é superior a
90%.
A nova terapia será ofertada a 80
pacientes da rede pública referenciados por médicos dermatologistas no
Hospital-Escola Municipal “Prof. Dr. Horácio Carlos Panepucci” e no
Centro Municipal de Especialidades (CEME) da Vila Isabel pelo período de
um ano.
Como é feito o procedimento - O
tratamento do câncer de pele com a nova terapia tem início com a
avaliação e indicação médica. Uma pomada (creme com composto pró-droga) é
aplicada sobre a pele durante três horas, e exposta a radiação
ultravioleta. As lesões provocadas pelo câncer são facilmente
identificadas pelo equipamento. Se o diagnóstico é positivo, o tumor é
tratado, na sequência, com outra luz ativada por um período de 20
minutos. A interação do medicamento com a luz vermelha de alta potência
provoca uma reação fotoquímica. As células cancerígenas morrem. O
procedimento não dura mais do que quatro horas, não tem efeitos
colaterais, auxilia no diagnóstico médico e o tratamento pode ser visto
em tempo real.
Natália Inada, pesquisadora do grupo de
Ótica do Instituto de Física da USP de São Carlos, explica que em
comparação com as técnicas convencionais “a terapia fotodinâmica não
requer infraestrutura complexa é uma aplicação ambulatorial, sem
internação do paciente, nem anestesia e os resultados estéticos são
melhores em relação à cirurgia ou quimioterapia porque não há formação
de queloide nem cicatriz”.
Natália explica ainda, que são tratados
apenas os câncer de pele não melanoma. O projeto de pesquisa em nível
nacional tem financiamento do BNDES e colaboração de empresas como MM
Optics de São Carlos (fabricante de equipamentos) com subvenção da
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e a PDT Pharma de Cravinhos
(fabrica e comercializa medicamentos) que permitiu sob a coordenação do
pesquisador professor Dr. Vanderlei Salvador Bagnato desenvolver
equipamentos e medicamentos nacionais.
O projeto tem por objetivos nacionalizar
equipamentos e medicação e treinar médicos colaboradores de todo o país.
Depois do tratamento de 4 a 8 mil pacientes em quatro anos de
financiamento os resultados serão apresentados para o Governo Federal
que poderá incorporar a terapia fotodinâmica no SUS.
Alexandre Macchetti, médico mastologista e
diretor técnico do Hospital-Escola, ressalta que o convênio com o
Instituto de Física da USP para levar a nova terapia para a rede pública
foi intermediado pela Secretaria de Saúde de São Carlos. Numa primeira
etapa foi realizado o treinamento de médicos e enfermeiros, o próximo
passo será estabelecer como será formalizada a rotina de atendimento aos
pacientes.
Os médicos da rede encaminharão os
pacientes para avaliação do dermatologista que depois de biópsia
encaminham para o tratamento com a nova terapia no CEME ou
Hospital-Escola.
Se a nova terapia for incorporada aos
procedimentos do SUS, segundo Macchetti, vai evitar muitas cirurgias que
hoje são necessárias porque não havia a opção do tratamento com a
terapia fotodinâmica que é “menos agressiva, não invasiva, de custo zero
para o paciente e de baixo custo para o SUS e com boa efetividade de
cura”, salienta.
O médico dermatologista do CEME, Douglas
Pierri, lembra que no Brasil são registrados anualmente cerca de 150 mil
casos de câncer de pele relacionados principalmente a falta de proteção
com a exposição solar. Sobre a nova terapia também destacou que o
procedimento “além de gratuito tem porcentagem de cura de mais de 90%, e
o câncer é eliminado sem procedimento cirúrgico, sem deformidade ou
cicatriz”.
Fotos: Manoel Virginio/PMSC
Fonte: http://www.saocarlosoficial.com.br
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sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Câncer de pele será tratado com Terapia Fotodinâmica no CEME e no hospital-escola
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